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Será que você precisa ser a média das 5 pessoas com quem convive? Cuidado!

A frase “Você é a média das 5 pessoas com quem convive” tem sido propagada amplamente nas redes sociais, livros de autoajuda e vídeos de alguns gurus do marketing pessoal.

A ideia é simples: o seu sucesso, sua felicidade, sua personalidade e suas escolhas são diretamente influenciados pelas pessoas com quem você passa mais tempo. Embora possa parecer uma ideia interessante à primeira vista, esta afirmação é perigosa.

Essa citação é frequentemente atribuída ao empresário e autor americano Jim Rohn. Ele nasceu em 1930 e faleceu em 2009, sendo considerado um dos principais mentores de empreendedorismo e liderança dos Estados Unidos.

A frase em questão é uma das ideias centrais de sua filosofia de sucesso, em que Rohn argumenta que o ambiente em que uma pessoa vive tem um papel fundamental em sua formação e desenvolvimento. Segundo ele, ao conviver com pessoas bem-sucedidas e motivadas, é mais provável que uma pessoa também desenvolva essas características e atinja o sucesso em sua vida pessoal e profissional.

Na verdade, eu não questiono o impacto que as pessoas que nos cercam exercem sobre nós. As pessoas realmente podem ser bastante influenciadas pelo seu círculo social.

É inegável que as pessoas que convivem conosco têm uma força significativa em nossas vidas e em como enxergamos o mundo. Porém, é preciso ter cuidado para não cair em armadilhas que podem ser geradas por essa ideia.

Concordo que as pessoas com quem convivemos podem influenciar nossas escolhas, comportamentos e até mesmo nossos pensamentos. É natural que busquemos nos cercar de pessoas que admiramos, respeitamos e que têm valores semelhantes aos nossos. Essas pessoas podem nos inspirar a alcançar nossos objetivos, nos ajudar a crescer e evoluir em diversas áreas da vida.

Porém, devemos tomar cuidado para não nos isolarmos em bolhas sociais, onde apenas convivemos com pessoas que pensam exatamente como nós. Isso pode levar a uma visão limitada do mundo, a uma falta de empatia com aqueles que pensam diferente de nós e, consequentemente, a uma menor capacidade de lidar com situações diversas.

Não devemos desvalorizar a importância de ter uma mente crítica e autônoma. Não devemos aceitar passivamente a influência de outras pessoas em nossa vida, como em um “efeito manada”. Devemos ser capazes de pensar por nós mesmos, de questionar as ideias alheias, de construir nossas próprias opiniões e de seguir nossos próprios caminhos, mesmo que isso signifique o afastamento espontâneo de algumas pessoas.

A intenção de aproximar-se de quem pode ser interessante para nosso crescimento, fomentada pelo pensamento de construir um networking a qualquer custo, pode levar as pessoas a terem uma postura interesseira e superficial nas relações interpessoais. Ao nos aproximarmos de alguém apenas por sua posição social ou status, estamos agindo de forma utilitarista, sem considerar a essência da pessoa.

Essa mentalidade pode gerar uma cultura de “troca de favores”, em que as relações são pautadas em interesses mútuos, e não em valores éticos e morais.

Outra reflexão relevante é que essa frase pressupõe que todos têm uma influência positiva em nossa vida. Isso é claramente falso. Pessoas tóxicas, invejosas, manipuladoras e negativas são muito nocivas, mesmo que estejamos cercados de outras pessoas positivas e bem-intencionadas.

Ainda assim, por mais que nos cerquemos de pessoas positivas e influentes, isso não garante que atingiremos o sucesso ou a felicidade. Não devemos desconsiderar a importância das nossas escolhas e do nosso livre-arbítrio. Nós somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas e pelas consequências delas.

Lembre-se de que cada pessoa é única e que, portanto, não podemos simplificar a complexidade humana. Cada um tem suas próprias batalhas, dificuldades e trajetórias de vida únicas. Portanto, é preciso cultivar a nossa própria capacidade e buscar aprimoramento constante, independente das influências.

Não é adequado pressupor que nossos resultados dependem exclusivamente do ambiente externo, o que é uma visão reducionista da vida. Como eu disse, somos seres complexos, com múltiplas dimensões e possibilidades, e nosso desenvolvimento pessoal e profissional depende de diversos fatores, como nossa personalidade, nossas habilidades, nossas experiências e nossa capacidade de adaptação.

E tem mais: é importante lembrar que não devemos julgar ou descartar pessoas com base em sua média. Cada pessoa tem algo a nos ensinar e podemos aprender muito com aqueles que pensam diferente de nós. Devemos sempre estar abertos a novas perspectivas e experiências, sem nos limitar.

Por isso eu entendo que a frase “Você é a média das 5 pessoas com quem convive” pode ter uma certa validade no contexto da antropologia e ciência social, mas não deve ser vista como uma verdade absoluta que proporcionará realização e sucesso.

Devemos nos relacionar com as pessoas de forma autêntica e valorizar as relações baseadas em afinidades e interesses comuns, e não apenas em interesses utilitaristas. Além disso, devemos ter em mente que a felicidade e o sucesso são conceitos subjetivos e pessoais, e que não devemos nos comparar de forma obsessiva com os outros.

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MARCELO DE ELIAS é mestre em inovação e design com MBAs em Estratégia, Gestão de Pessoas, formação internacional em gestão da mudança em tempos desafiadores e pós-graduado em neurociências. Conteudista especialista em protagonismo e gestão de mudanças, é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança. Pioneiro no assunto “Inner Skills” no Brasil.

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