Para começar, vou explicar cada uma das skills a fim de facilitar a compreensão das diferenças e convergências entre elas.
As Hard Skills são as habilidades técnicas e tecnológicas, como o domínio de uma ferramenta ou o conhecimento sobre alguma metodologia específica. Falar um idioma, saber programar um computador e operar uma máquina são exemplos dessas habilidades.
As Soft Skills são habilidades sociocomportamentais e típicas da interação dos profissionais com outras pessoas e com o ambiente, como trabalhar em equipe ou empreender ideias inovadoras em situações desafiadoras.
As Inner Skills são as habilidades interiores ou intrapessoais e que dependem muito da nossa vontade para desenvolvermos. A palavra INNER é inglesa e significa INTERNO ou INTERIOR. Então fica fácil entender que estamos falando de habilidades que estão “dentro” de nós.
Preparei em 2021 essa tabela comparativa para facilitar a compreensão de cada uma das skills:
Saiba que alguns autores já usaram terminologias que se assemelham com as Inner Skills, como, por exemplo, “Superior Skills”, “Deep Skills” e “Shuttle Skills”. Todas as nomenclaturas direcionam para as questões mais transcendentes ou profundas, capazes de irem além das visões tradicionais das habilidades aplicáveis ao mundo do trabalho.
Veja essa definição. Ela nos dá pistas sobre a relação entre elas e os demais tipos de habilidades:
“As Inner Skills são habilidades que servem como vetores de potencialização para outras habilidades e que dependem intrinsecamente de cada pessoa. Elas podem interagir com o ambiente exterior e com outros indivíduos, mas, em última instância, não dependem desses fatores para sua existência. Relacionam-se com a maneira que interpretamos, atuamos e administramos os nossos eventos internos a partir da consciência, propósito e visão” – Marcelo de Elias, 2021.
Quero que você preste atenção nessas palavras que eu usei na definição: “vetores de potencialização”
Isso quer dizer que elas vão impulsionar e fortalecer as habilidades que você já tem ou ainda, ajudar a desenvolver as que você não tem.
Eu não tenho dúvidas de que as principais habilidades desejadas nos profissionais serão mais bem desempenhadas se, antes, forem desenvolvidas algumas condições interiores. Por isso elas servem de alicerce para as outras.
As tais habilidades servem de base e de motor para várias outras competências por meio da espiritualidade, interioridade, mentalidade, propósito, inspiração, autoconhecimento e consciência. Envolve compreender e gerir aspectos altamente íntimos para desenvolver novas habilidades, valores pessoais e virtudes que resultarão em competências mais aprimoradas.
Veja essa imagem que eu preparei. Ela mostra que as Hard e Soft skills determinam os resultados que buscamos, porém, são as Inner que fortalecem as outras.
Consegue perceber a importância das habilidades intrapessoais como canal de ampliação de nossas habilidades profissionais? As Inner Skills nos dão mais condições de lidar e liderar os processos do nosso domínio interno.
Essa autoliderança, ou capacidade de liderar a nós mesmos e administrar nossos pensamentos e sentimentos, dá condições de minimizarmos os distúrbios e desajustes internos que, se não forem bem administrados, facilmente perturbariam nossa produtividade e a busca de resultados na vida e no trabalho.
É fácil concluir que algumas posturas negativas como a falta de atenção e foco, a reatividade negativa aos eventos externos, a falta de percepção, a preocupação excessiva e a construção de narrativas mentais que não são verdadeiras, podem atrapalhar, e muito, nossa vida e nosso desempenho no trabalho.
Não devemos entender os tipos de habilidades como coisas isoladas. Por isso é inevitável associar as Inner Skills com as Soft Skills.
Historicamente, as Soft Skills são definidas como um conjunto de competências comportamentais e sociais. Elas são, por muitas vezes, subjetivas. Daí surge a dificuldade de entender a diferença entre elas e as Inner Skills que são ainda mais subjetivas e abstratas. Além da diferença ser muito sutil, na absoluta maioria das vezes as habilidades internas interagem diretamente com as Soft Skills.
A verdade é que existe uma intersecção entre as Soft Skills e as Inner Skills, principalmente porque, até então, as empresas não falavam frequentemente dessas competências interiores. Bastava não ser “Hard” que o entendimento, por exclusão, é que todas as outras são “Soft”.
Muitas habilidades essencialmente internas costumeiramente são classificadas como habilidades socioemocionais, entre elas, a persistência, resiliência, entusiasmo e coragem. Entendo que não é importante tentar rotular ou classificar essas competências, buscando segregar quais seriam aplicáveis em cada grupo conceitual.
Não vejo como relevante, por exemplo, discutir se a paciência é uma habilidade intrapessoal ou interpessoal. Na verdade, ela se encaixa nas duas classificações, pois, apesar da paciência ser uma virtude intrínseca aos humanos, ela pode precisar do contexto exterior para ser exercida e exercitada.
A discussão não é sobre julgar e revisar cada uma das Soft Skills para decidir se algumas delas deveriam ser classificadas como habilidades interiores, mas sim, entender que as principais habilidades desejadas nos profissionais serão mais bem desempenhadas se, antes, forem desenvolvidas algumas condições interiores.
Em resumo, suas habilidades intrapessoais e interpessoais estão profundamente conectadas. Ambas têm forte contribuição para o desenvolvimento humano, com a capacidade de relacionar-se com outras pessoas e de lidar com os contextos que são vivenciados. Assim, suas habilidades sociais são vitais para o trabalho em equipe, colaboração, liderança e influência, mas você não pode extrair a maior potencialidade dessas qualidades até desenvolver boas habilidades intrapessoais.
Assista o trecho de um bate-papo que Marcelo de Elias participou em 2022 no podcast “Fala T&D”, gravado no CBTD (Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento). Nele, o especialista no assunto fala sobre essa relação entre as habilidades:
MARCELO DE ELIAS é mestre em inovação e design com MBAs em Estratégia, Gestão de Pessoas, formação internacional em gestão da mudança em tempos desafiadores e pós-graduado em neurociências. Conteudista especialista em protagonismo e gestão de mudanças, é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança. Pioneiro no assunto “Inner Skills” no Brasil.
Se deseja saber mais sobre INNER SKILLS acesse: www.innerskills.com.br
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