Talvez você não conheça o rio Choluteca, como também eu não o conheço presencialmente. Eu apenas passei a ouvi falar sobre ele de 2020 em diante através de um interessante texto do escritor e consultor Prakash Iyer publicado no site da revista Business World.
O rio Choluteca é um importante curso d’água que atravessa Honduras e a Nicarágua. Sua história é rica e cheia de desafios. No passado, o rio Choluteca foi considerado um importante meio de transporte para os povos indígenas da região. Ele também forneceu água e recursos piscícolas para as comunidades ribeirinhas.
Mas o tempo foi passando e as coisas mudaram, e, entre essas mudanças, o curso do rio também se alterou.
Veja o texto original do escritor, publicado originalmente na revista e traduzido para facilitar a compreensão. Também retirei alguns trechos para podermos nos concentrar naquilo que eu gostaria que você refletisse.
“(…) quando decidiram construir uma nova ponte sobre o rio Choluteca em 1996, eles quiseram garantir que ela suportaria as condições climáticas extremas. Uma empresa japonesa foi contratada e eles construíram uma ponte sólida, projetada para resistir à poderosa força da natureza. A nova ponte de Choluteca — uma maravilha dos tempos modernos de projeto e engenharia — foi aberta ao público em 1998. E como as pessoas dirigiam de um lado para o outro, elas não podiam deixar de admirar a nova ponte. Era o orgulho e a alegria de Choluteca.
E em outubro daquele ano, o Furacão Mitch atingiu Honduras. Havia 1905 milímetros de chuva em quatro dias — o equivalente ao que eles recebem em seis meses. Houve devastação por toda parte. O rio Choluteca transbordou e inundou toda a região. 7.000 pessoas perderam suas vidas. Todas as pontes em Honduras foram destruídas. Todas, exceto uma. A nova ponte de Choluteca permaneceu intacta.
Mas houve um problema. Enquanto a ponte estava intacta, a estrada que a conduzia e a estrada que a deixava foram ambas varridas. Não deixando nenhum sinal de que havia uma vez uma estrada lá. E isso não é tudo. A inundação forçou o rio Choluteca a mudar de curso. Ele criou um canal, e o rio agora corria ao lado da ponte. Não abaixo, mas ao lado da ponte. Assim, embora a ponte fosse forte o suficiente para sobreviver ao furacão, tornou-se uma ponte sobre o nada. Uma ponte para o nada. (…).’Construído para durar’ já foi um mantra popular. Mas ‘construído para se adaptar’ poderia ser o novo caminho a seguir.”
Em 2003, eles religaram a ponte à reconstruída rodovia ao seu redor, ou seja, a adaptaram.
Esse texto nos apresenta algumas boas reflexões.
Longe vão os dias em que construir uma ponte robusta era suficiente. A crença de que as coisas devem durar para sempre foi superada. Agora, tudo deve ser pensado para se adaptar. Ninguém quer uma ponte perfeita que não leve a lugar nenhum.
O mundo está mudando rapidamente e, às vezes, parece que tomamos decisões sem contar com a possibilidade dessas mudanças. A ponte de Choluteca é um exemplo notável disso, pois foi construída para resistir aos elementos e durar por décadas, mas com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais desatualizada até tornar-se inútil.
Assim como a ponte, nossos conhecimentos, carreiras, negócios, produtos e serviços precisam ser constantemente adaptados para acompanhar as mudanças do mundo. Se não fizermos, podemos ficar para trás e sofrer as consequências.
Mais do que apenas ter a robustez de conhecimentos que garantem nosso sucesso, ao se aprofundar cada vez mais em uma área específica, é importante buscar desenvolver habilidades transversais que possam ser aplicadas em vários setores.
Além disso, é importante estar sempre aberto a novas ideias e tendências, especialmente no mundo corporativo. Com a tecnologia avançando rapidamente, muitos modelos de negócios tradicionais podem se tornar obsoletos e é preciso estar preparado para mudar e se adaptar. Isso pode incluir investir em novas tecnologias ou considerar novas formas de fazer negócios.
Quando planejamos para o futuro, esperamos a basear nossas decisões no que adotamos no presente. Esse é o padrão. Entretanto, é importante lembrar que, eventos imprevistos e situações inusitadas podem surgir de repente e afetar nossos planos e nossas convicções e certezas.
Estamos falando sobre mudanças, flexibilidade e adaptabilidade. Devemos estar abertos a novas ideias, tendências e perspectivas, e ser capaz de se adaptar rapidamente a novos desafios e situações.
Com um olhar mais adaptativo e flexível, somos capazes de lidarmos melhor com as mudanças e encontrarmos soluções criativas. Isso significa estar disposto a considerar novas opiniões e perspectivas, e estar disponível para mudar de ideia quando necessário.
Isso também se aplica ao trabalho em equipe, sendo capaz de se adaptar a diferentes estilos de liderança e colaboração, e ser flexível aos objetivos e necessidades do grupo. É necessário estar disposto a aprender e evoluir, e ser capaz de se adaptar às novas tecnologias e tendências.
Heráclito, filósofo pré-socrático da Grécia Antiga que viveu no século VI já dizia: “a única coisa constante na vida é a mudança”
Texto publicado originalmente no Blog Business Word
MARCELO DE ELIAS é mestre em inovação e design com MBAs em Estratégia, Gestão de Pessoas, formação internacional em gestão da mudança em tempos desafiadores e pós-graduado em neurociências. Conteudista especialista em protagonismo e gestão de mudanças, é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança. Pioneiro no assunto “Inner Skills” no Brasil.
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