Durante muito tempo, o pensamento dominante era de que os líderes deveriam ser “delegadores” de tarefas, mas, atualmente, percebemos que a atuação da liderança requer algo mais.
Nesse mundo de mudanças e com a ênfase na gestão de pessoas, o líder deve ser um incentivador de propósitos, um fomentador de causas e um exemplo dos valores que devem ser compartilhados nas equipes.
Quando a equipe entende quais valores e princípios devem ser vivenciados no dia a dia e quais devem ser os norteadores das decisões e escolhas, essa “bússola” servirá como o fator mobilizador para as mudanças de atitude, motivação, iniciativa, engajamento, inovação, solução de problemas e busca de oportunidades.
É claro que, para isso, é preciso existir um “fit cultural” onde os valores reais da empresa estão alinhados aos valores pessoais dos colaboradores. Eu citei “valores reais” porque, nem sempre, os valores proclamados nas declarações de missão, visão e valores são genuínos.
Entretanto, pouco adiantaria fazer uma eficiente seleção por valores se a liderança não estimular a prática destes através do exemplo, do reconhecimento das atitudes positivas, dos feedbacks e do desenvolvimento das equipes.
Quando o líder consegue influenciar as pessoas a encontrarem, entenderem e valorizarem essas respostas, todos estarão seguindo uma “causa” e isso tem mais força e impacto. É diferente quando elas reconhecem e praticam os valores que sustentam as atitudes se compararmos com a delegação de tarefas apenas detalhando “o que” precisa ser feito.
Compartilhar os valores é uma forma de explicitar o “como” (e até mesmo o “porque”) as coisas precisam ser feitas.
Afinal, ninguém se apaixona por tarefas… As pessoas se engajam em causas e valores que as inspiram!
O foco da liderança, da comunicação e mobilização deve estar concentrado nos valores que sustentam as ações, e, assim, além de explicar as tarefas, o líder deve dedicar tempo para mobilizar pelos princípios. E, às vezes, ao fazer isso, não será necessário determinar as ações, pois as pessoas vão buscar autonomamente os caminhos para a realização.
Tem um ponto essencial que não deve ser esquecido: definidos os valores que serão perseguidos, não basta apenas comunicá-los a seus colaboradores.
Todas as ações do líder, bem como suas decisões, devem ser dirigidas pelos valores que ele quer ver difundido entre a equipe. Valorize e reconheça os colaboradores que se destacarem na prática desses princípios e avalie-os de acordo também com esses parâmetros. Isso gerará uma cultura genuína.
O líder deve servir de modelo de performance, ou seja, precisa ser o exemplo. As atitudes do líder, como um verdadeiro exemplo dos valores que devem ser vivenciados pelas equipes, servirão de norte para o comportamento de todos.
Assim, a liderança se torna capaz de mobilizar as pessoas em um nível mais elevado e conscientizar a equipe para posturas mais protagonistas e para vivenciar uma realidade repleta de mudanças.
Assista o vídeo que é um trecho da palestra de MARCELO DE ELIAS sobre LIDERANDO INOVAÇÕES COM A DIVERSIDADE, uma apresentação realizada em junho de 2022 no evento Leadership Summit em São José dos Campos/SP.
MARCELO DE ELIAS é mestre em inovação e design com MBAs em Estratégia, Gestão de Pessoas, formação internacional em gestão da mudança em tempos desafiadores e pós-graduado em neurociências. Conteudista especialista em protagonismo e gestão de mudanças, é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança.
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