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Como é a geração Z e como eles trabalham?

Por Alexandre Correa e Marcelo de Elias

Na sua empresa ou instituição existe conflitos de gerações? Provavelmente sim!

Mas se por um lado a diversidade geracional traz alguns desafios para as empresas, nós asseguramos que ela pode ser uma grande oportunidade para construir ambientes mais inclusivos, diversos e inovadores. Gerações geram valores. Valores geram culturas, inclusive a cultura organizacional.

Uma geração em particular que está cada vez mais presente no mercado com um repertório e um mapa cultural totalmente diferente das gerações que a antecederam é a Geração Z.

São os nascidos após 1995 e que hoje têm menos de 25 anos. Não é que eles tenham habilidades com tecnologia. Tecnologia é o ar que eles respiram. A Geração Z não é mais Homo Sapiens, é Homo Digitalis. A tecnologia é a vida deles. Se um dia tiverem que escolher entre ter o que comer e manter o sinal do wifi, você já sabe bem o que eles vão escolher. É uma geração que já nasceu num mundo com muita abundância.

Mas antes que você comece a torcer o nariz para eles, saiba que eles são a geração menos egocêntrica de todas. É a geração com maior preocupação ambiental, mas autoconsciência e consciência global. Uma geração mais preocupada com o coletivo. Uma geração desencanada de possuir casas, carros ou de ostentar bens materiais, porque eles valorizam mais as experiências.

Eles são da geração que mais estão em busca de um propósito, de um trabalho que melhore o mundo de alguma forma.

É uma geração com um volume de informação e conhecimento muito maior do que as anteriores. Sabem, ou acessam, aos 15 anos de idade o que as gerações mais antigas não saberiam aos 150.

Isso tudo pode impactar a forma deles trabalharem e produzirem? Com certeza!

A geração Z é naturalmente adepta do trabalho remoto e prefere ambientes de trabalho com horários flexíveis. Avessos às formalidades, não se sentem muito à vontade em ambientes controladores e com normas rígidas de conduta.

Justamente por isso não se identificam com lideranças centralizadoras e com estilo autocrático. Gostam de compartilhar ideias e entender o motivo das coisas, então, os líderes precisam dedicar tempo aos liderados Zs, clarificando os propósitos e ouvindo suas sugestões e opiniões. Os líderes também necessitam fornecer feedback constantemente.

A geração Z privilegia as empresas que geram carreiras menos lineares, proporcionando mudanças de departamentos, funções e até mesmo unidades e países. Não visam crescimento rápido e salários agressivos. Preferem o job rotation e qualidade de vida no trabalho, podendo conciliar suas demandas pessoais e sociais com os resultados desejados pelos gestores.

Eles adoram trabalhar em equipes multifuncionais e ágeis. Gostam de projetos curtos e que não demandam meses de elaboração e execução. Preferem trabalhar com pessoas com formações e experiências diferentes do que um time com pessoas similares.

Essa geração não vê a fidelidade empresarial como um valor importante para a carreira, então, não espere que um Z fique muitos anos na mesma empresa. Talvez ele nem faça tanta questão de carteira assinada e benefícios sociais e aceite outros modelos de trabalho, desde que ele tenha alguma autonomia e flexibilidade. Entretanto, ele pode ser leal ao propósito da empresa se esse tocar o seu coração e proporcionar algum significado para as pessoas ou alguma causa social.

Para a geração Z não devemos pensar em “retenção” de talentos baseada em remuneração e benefícios. Eles preferem a liberdade e desenvolvimento.

O que os RHs e líderes devem fazer?

Reconheça – Uma das maiores fontes de satisfação pessoal vem com o reconhecimento de um trabalho bem feito, e esse reconhecimento não vem apenas na forma de bônus ou salários, mas também na forma de elogios, feedback positivo, oportunidades de ascensão e participação em treinamentos.

Flexibilize – Uma das coisas que a revolução Industrial fez foi colocar tudo numa linha de montagem e padronizar tudo. O mundo do futuro será outro porque as novas gerações valorizam liberdade e flexibilidade, e isso não combina com cultura de quartel general.

Misture – O maior ganho de uma equipe multigeracional é justamente a sinergia que pode advir de diferentes perfis convivendo juntos. Não segregue, nada de colocar os Zs na Comunicação e os Baby Boomers na Contabilidade.

Comunique adequadamente – Muitos dos problemas internos são gerados pela falta de uma comunicação adequada. A geração Z é totalmente conectada e se comunica o tempo todo. As informações extraoficiais circulam muito rapidamente, na velocidade de um clique. Então trate de ser rápido e transparente.

Busque demonstrar justiça – Saber que foram tratados de maneira justa e sem privilégios ou preconceitos.

Gere equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – Exigir horas extras é algo não muito interessante para os Zs. Eles têm em mente o seguinte mantra “não adianta ser um enorme sucesso na empresa e um terrível fracasso em casa”.

Dê apoio – Funcionários que se sentem apoiados e compreendidos rendem mais, de qualquer geração. A geração Z amplificou essa necessidade. Ah! Para eles o feedback também é uma forma de apoiar, ok?

Dê um Propósito – As pessoas, sobretudo das novas gerações que vão dominar o ambiente de trabalho logo logo, querem mais do que um contracheque no final do mês, elas querem perceber que são parte de algo maior e estão contribuindo para um mundo melhor.

Alexandre Correa é fundador da Mind Pesquisas e pós-graduado em Administração de Marketing e cursou a Escola Avançada de Pesquisa de Mercado na University of Georgia nos Estados Unidos. É palestrante e professor convidado em diversos cursos de MBA e pós-graduação.

Marcelo de Elias é mestre em inovação e design. Cursou sobre Inovação na University of Tampa nos Estados Unidos. Conteudista especialista em mudanças é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança.

Saiba mais em www.alexandrecorrealima.com.brwww.marcelodeelias.com.br