Essa é uma das perguntas mais recorrentes quando falamos de futuro profissional e desenvolvimento dentro das organizações: afinal, quem deve assumir a responsabilidade pela gestão de carreira — o colaborador ou a empresa?

Muitos profissionais ainda enxergam a carreira como algo que depende da “sorte” ou da estrutura oferecida pela empresa. No entanto, é preciso resgatar a essência da palavra “carreira”: sua origem etimológica remete a “estrada”, “caminho”. Ou seja, é a estrada que você percorre ao longo da sua vida profissional.

Sendo a sua estrada, é natural que a responsabilidade primária seja sua.

Claro, as empresas desempenham um papel relevante ao abrir oportunidades, oferecer planos de desenvolvimento e identificar potenciais sucessores. Quando esses elementos se alinham ao projeto de vida do colaborador, temos uma combinação poderosa. Mas existe um risco perigoso: o de delegar completamente à organização a responsabilidade pelo seu crescimento — e, pior ainda, culpá-la quando ele não acontece.

Três conceitos que precisamos diferenciar

1. Plano de sucessão: 100% responsabilidade da empresa. É quando a organização precisa preparar novos líderes ou estruturar a continuidade de cargos estratégicos.
2. Projeto de vida: 100% do indivíduo. Ninguém pode definir por você seus sonhos, escolhas e prioridades.
3. Gestão de carreira: Pende muito mais para o lado do indivíduo do que para a empresa, que pode apoiar e gerar oportunidades, mas as escolhas e decisões devem ser sempre do colaborador.

A boa gestão de carreira nasce quando o profissional tem clareza de propósito, conhece sua missão de vida e busca, de forma ativa, as competências que o mercado valoriza.

Se estiver em uma empresa que estimula esse crescimento, excelente. Mas se não estiver, ainda assim, a estrada continua sendo sua.

Um novo olhar sobre o papel das empresas

É inegável que organizações maduras investem em planos de carreira estruturados, programas de desenvolvimento e trilhas de aprendizagem alinhadas às necessidades das pessoas. Isso fortalece o engajamento e prepara sucessores e sustenta o crescimento do negócio.

Mesmo em empresas que não oferecem esses caminhos de forma clara, cabe ao profissional ser protagonista. Afinal, carreira não é um departamento da empresa — é um departamento da sua vida.

O conselho final

Colaborador (ou mesmo empreendedor ou autônomo): não delegue a responsabilidade da sua trajetória a ninguém. Não culpe a empresa pelo que não conquistou. Prepare-se, busque aprender, esteja atento às oportunidades — dentro ou fora da organização.

A sua carreira é sua. E sendo sua, é você quem precisa escrever as páginas em branco da sua história profissional.

Quer refletir mais sobre esse tema? Assista o vídeo do Café no Teatro comigo e com meu amigo Alexandre Correa . Nesse episódio da temporada de 2025, colocamos na mesa uma das grandes questões da vida profissional moderna. Exploramos os papéis complementares — e os limites — entre a empresa e o colaborador no desenvolvimento de competências, planejamento de crescimento e construção de propósito.

A gestão de carreira é do colaborador ou da empresa?

Muitos profissionais ainda acreditam que o crescimento depende apenas da organização em que trabalham. Mas será que é assim mesmo?

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MARCELO DE ELIAS é Linkedin Top Voice. Mestre em inovação e design com MBAs em Estratégia (USP), Gestão de Pessoas (FGV), formação internacional em gestão da mudança em tempos desafiadores (University of Tampa/EUA) e pós-graduado em neurociência e psicologia positiva (PUC).

Conteudista especialista em liderança, protagonismo e gestão de mudanças, é professor da FGV, FDC e outras escolas de negócios. Escritor e fundador da Universidade da Mudança. Pioneiro no assunto “Inner Skills” no Brasil.

Atende grandes clientes como GPA/ Pão de Açúcar, Cobasi, Neoenergia, Leroy Merlin, SBT, Marisa, Carrefour, MSD/Merck, Elanco, Kawasaki, GM, Fiat, Raízen/Shell, DHL, Caixa, Bradesco, Unilever, Bettanin/InBetta, Sebrae, SESC, Sabesp, Banco da Amazônia, Justiça Federal, Ministério Público, INPE, Usiminas entre outros de diversos segmentos.

Através de mensurações na metodologia NPS junto aos contratantes, o índice de recomendação é de 100%. Top5 do CBTD, Top5 da KLA, Melhor palestrante de gestão de mudanças pela Associação Brasileira de Liderança.

As palestras não são “produtos de prateleira”, mas sim, projetos 100% personalizados e customizados para cada realidade, considerando as necessidades a serem atendidas, a cultura do cliente e o perfil do público.

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